quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Mensagens motivacionais e reflexivas



Harmonia do ambiente escolar
Gabriel Chalita
 





Cecília Meirelles, em sua saborosa poética, assim escreve: "Ensinar é acordar a criatura humana dessa espécie de sonambulismo em que tantos se deixam arrastar. Mostrar-lhes a vida em profundidade. Sem pretensão filosófica ou de salvação - mas por uma contemplação poética, afetuosa e participante".

Quando se lê a educação com esse olhar de Cecília, parece que o dia-a-dia na relação professor-aluno é encantado. Muitos dirão que essa elevação afetiva só funciona no plano das ideias e que na prática se assiste a um aviltante processo de destruição das relações humanas.

A violência nas escolas se materializa em agressões verbais e físicas. O professor se sente vítima de um sistema que não o valoriza, portanto não o entende bem, nem o protege. Os alunos parecem prontos para a batalha. Padecem de amor e de limites. A ausência familiar se faz sentir na postura agressiva ou apatia em sala de aula.

Além disso, e talvez por isso, tentam disputar poder com os professores que, por sua vez, se deixam levar em um debate desnecessário. Há um axioma essencial na relação entre professor e aluno: autoridade harmonizada pelo afeto. O aluno precisa de limite e precisa compreender o papel do educador. O educador não pode impor sua autoridade, mas deve conquistá-la. Sem brigas nem ameaças. Sem histeria nem parcimônia. Com o respeito de quem sabe ensinar e aprender e de quem harmoniza as relações.

Há algumas dicas para essa relação harmoniosa. Evidentemente, são a experiência e a disposição do professor que farão com que ele toque na alma do seu aluno - sem isso não há educação. Entre essas dicas, algumas proibições. A primeira delas é que professor não pode brigar com aluno, mesmo que tenha razão. Se isso acontecer, parte da sala torcerá pelo aluno e a outra pelo professor, assim, ele deixa de ser referencial. A segunda: professor não pode colocar apelido em aluno. Terceira: não deve comparar um com o outro - é preciso lembrar que não há homogeneidade no processo educativo, mas heterogeneidade. Quarta: professor não pode se mostrar arrogante nem subserviente. O meio termo é amoroso.

E aí voltamos a Cecília Meirelles. A harmonia no ambiente escolar há de ocorrer quando se consegue quebrar a carcaça que envolve alguns alunos, pela falta de algo que deveria ter vindo antes. É esse sonambulismo, essa postura incorreta frente à vida e frente a si mesmo.

Trata-se de ajudá-lo a viver essa contemplação poética, ou, em termos aristotélicos, a buscar uma aspiração para a vida. Ou ainda em Paulo Freire, ajudá-los a desenvolver autonomia para sonhar.

Aí sim, o professor mostrará autoridade. Autoridade generosa de quem confia e cobra. De quem contrata no melhor sentido da palavra. E é nesse bom caminho que entra o afeto como instrumento de poder e participação. É do olhar do mestre que saem essas virtudes. O olhar que acolhe e que constrange quando necessário. O olhar que se faz cúmplice nas boas conquistas e que lamenta docemente pelo que se perdeu. O olhar que mantém o silêncio na sala de aula, sem gritos ou lamentações, mas que é capaz de chorar pela emoção de mais um aprendiz que encontrou seu caminho.

A harmonia no ambiente escolar não é uma utopia. É talvez uma tarefa complexa que exige o que de melhor podem dar os educadores: competência, coragem e muito, muito amor!





Disponível em:  http://pensador.uol.com.br/frase/OTgxODE0/ Acesso em 24/02/2016.


Espírito de Equipe


“Nunca esqueça que a vaidade é inimiga do espírito de equipe.” Bernardinho - Técnico da seleção brasileira de voleibol masculino

“Nenhum de nós é tão inteligente quanto todos nós juntos.” Warren Bennis Autor Norte-Americano.

“O trabalho em equipe é um malabarismo constante constante entre o interesse próprio e o interesse do grupo.” Susan Campbell

“Na longa história da espécie humana (e do gênero animal, também), prevaleceram os indivíduos que aprenderam a colaborar e a improvisar com mais eficácia.” Charles Darwin

“O que une uma equipe é quando um cobre as fraquezas do outro.” Phil Jackson - treinador de basquete da era de ouro do Chigago Bulls de Michael Jordan e atual técnico do Los Angeles Lakers

“Unir-se é um bom começo, manter a união é um progresso, e trabalhar em conjunto é a vitória.” Henry Ford

“As equipes brilhantes são formadas por pessoas especiais que, em geral, se irritam umas com as outras. Mas, com a ajuda “espiritual” de um lider “iluminado”, encontram a forma de serem elas mesmas e ao mesmo tempo consagrarem-se como equipe.” Tom Peters

“Com talento ganhamos partidas; com trabalho em equipe e inteligência ganhamos campeonatos.” Michael Jordan

“Quando todos pensam da mesma forma, alguém não está pensando.” George Patton


Valores:


“O perfeito valor consiste em fazer, sem testemunhas, o que se faria diante de todo mundo. ” François de La Rochefocauld - autor clássico francês

“Valor é o que é preciso para levantar e falar, mas também o que é necessário para sentar e escutar.” Winston Churchill - Político Inglês

“Todos nós devemos ser coerentes com nosso próprio discurso.” Jack Welch.

“Não tentes ser bem sucedido, tenta antes ser um homem de valor” Albert Einstein


O PROFESSOR INSTRUTOR &
 O PROFESSOR EDUCADOR
Miguel Almir L. de Araújo

O professor instrutor cumpre obrigações. O professor educador celebra paixões. O professor instrutor superestima o quantitativo, instrumentaliza para o ter que tende à coisificação e a mercadejação do humano. O professor educador realça a busca do qualitativo, da globalidade do ser, da dignidade e da beleza humana; conduz à vocação, à voz do coração.
O professor instrutor assume a função de mero transmissor e reprodutor dos saberes instituídos submetendo os indivíduos aos ditames estabelecidos, ao adestramento e à domesticação. O professor educador passa pelo já instituído e busca instituir novos saberes e sentires procurando rasgar os papéis e as máscaras que empacotam e escondem, instigando a autenticidade, o espírito criador e transgressivo.
O professor instrutor repete todo dia os mesmos cacoetes e recursos metodológicos na cadência decadente das rotinas emboloradas e desencantantes. O professor educador reinventa permanentemente seus procedimentos, renovando-se e reencantando-se com o aprendizado vigoroso de cada experiência vivida. O professor instrutor considera-se detentor do saber, pretensamente pronto e acabado. O professor educador concebe-se aprendiz inacabado nos fluxos do cotidiano.
O professor instrutor circunscreve-se na geometria do tempo linear do chronos. O professor educador descortina-se pelas curvas do tempo dinâmico do kairós. O professor instrutor dá aulas previsíveis, insípidas e frias. O professor educador tece aulas imprevisíveis, abertas ao fluxo das aventuras, ruminando o saber com sabor, convertendo-as em vivências vívidas e encantantes; em constantes ritos de iniciação e de renovação dos pensares e sentires. O professor instrutor percorre os caminhos já feitos do ordinário, mais fáceis e cômodos. O professor educador ousa as veredas ainda não trilhadas, mais desafiantes e difíceis, inaugurando caminhos novos, extraordinários.
O professor instrutor tende a reduzir as salas de aula em "selas de aula" aprisionantes e cinzentas, em que reinam a tristeza e o desprazer, e a vida, os sonhos são mortificados. O professor educador converte as salas de aula em espaços abertos e multicoloridos, em que vicejam a alegria e o prazer, e a vida, os sonhos são vicejados – em espaços de celebração da vida.
O professor instrutor obedece aos receituários das liturgias mecânicas e cristalizadas, com suas normas e ordens asfixiantes. O professor educador ultrapassa as receitas desodorizadas e move-se pelas buscas dinâmicas das transformações constantes e emancipadoras entre ordem e caos. 
O professor instrutor transmite saberes. O professor educador rumina saberes e busca sorver sabedorias. O professor instrutor erige suas práticas pedagógicas com lógicas monológicas, metálicas e excludentes. O professor educador fundamenta-se em lógicas dialógicas, flexíveis e includentes.
O professor instrutor dita conteúdos para que os alunos copiem e assimilem de modo reflexo.  O professor educador problematiza conteúdos para que os alunos reflitam e compreendam criticamente. O professor instrutor encampa modelos uniformes lastreados em certezas fixas. O professor educador articula múltiplas referências fundadas em possibilidades abertas, em incertezas. 
O professor instrutor privilegia o logos, a cognição, a mente. O professor educador entrelaça logos e eros, cognição e intuição, mente e corpo. O professor instrutor reduz-se aos muros/muralhas da escola, da sala de aula. O professor educador transpõe esses limites trespassando os horizontes expansivos do cotidiano movente da vida. 
O professor instrutor professa voto de fidelidade às alianças cultuadoras das burocracias que tendem à domesticação e à subjugação. O professor educador concebe a necessidade mínima de burocracia, sendo esta, mero instrumento que deve estar a serviço dos direitos e liberdades fundamentais do ser humano.

O professor instrutor busca as competências técnica e teórica, a inteligência cognitiva. O professor educador busca as competências técnica e teórica, mas, principalmente, as competências éticas e estéticas, as inteligências cognitiva, intuitiva e emocional. O professor instrutor tende à intolerância e até ao abuso de poder, fala muito e quase não escuta. O professor educador prima pelos princípios da tolerância, da ética da solidariedade e da escuta sensível.
O professor instrutor prima pelos vãos do ter. O professor educador prima pelos desvãos do ser. O professor instrutor busca a reluzência das performances externas dos indivíduos. O professor educador passa pela exterioridade como caminho que conduz às dimensões mais profundas da interioridade do ser, ao autoconhecimento.
O professor instrutor acomoda-se nas linhas retas e regulares das planícies. O professor educador aventura-se pelas curvas e acidentalidades das montanhas. O professor instrutor habitua-se à rotina das tartarugas e das galinhas que rastejam e ciscam a superfície da terra. 
O professor educador, como a águia, nutre-se das energias da terra e alça seus vôos bailantes pelos ermos do incomensurável. O professor instrutor privilegia o desenvolvimento das dimensões mais instintivas que traduzem os aspectos mais materialistas do ser humano, as quais, isoladas, fomentam o espírito de competição e de arrogância que desembocam em brutalização e barbárie. 
O professor educador assume as múltiplas dimensões do humano, passando pelo instinto e atingindo o coração e o espírito de fineza fomentando a solidariedade e a amorosidade. O professor instrutor confina o humano apenas à esfera do material/físico, do imediato e do visível (pedagogia do São Tomé). O professor educador educa para a iminência e para a transcendência, para o invisível, para os valores humanos – a espiritualidade.



Rótulos e professores

Contam que numa escola da Inglaterra aconteceu o seguinte fato:
No início de um ano letivo um computador, programado de modo incorreto, inverteu os resultados acadêmicos de duas classes de alunos. Aos “melhores”, ele lançou os resultados insatisfatórios da turma dos “piores” e vice-versa.
As aulas tiveram seu início. Cinco meses e meio depois, a direção descobriu o erro. Sem comentar o fato com os professores, resolveu aplicar novos testes.
Pasmem com os resultados! Os “melhores” haviam piorado e os “piores” haviam melhorado.
Acontece que os professores trataram as duas turmas de acordo com os “rótulos”: aos “piores”, que na realidade eram os bons, deram um tratamento como se fossem limitados, com dificuldade de aprendizagem. Aos “melhores”, que na realidade não eram os bons, deram um tratamento como se fossem brilhantes. Os professores comentaram que no início sentiram que seus métodos não estavam funcionando. Então, como a informação do computador dizia que eles eram bons alunos, decidiram rever seus métodos de ensino acreditando que os problemas estavam nos “métodos”.

(ROSSINI, Maria Augusta Sanches. Educar para ser. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005).


PROFESSORES APAIXONADOS
Gabriel Perissé

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo. Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato. Apaixonar-se sai caro!
Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria. Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro. Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração. Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
Professor - Você é Profissional ou Amador
Por Fabiano Brum
05/03/2008

Imagine um músico profissional, um guitarrista, um violonista ou um pianista, tocando uma bela canção, com maestria, virtuosismo e sensibilidade. Sua técnica apurada e a leveza com que executa a melodia, chega a nos fazer pensar que é simples tocar aquelas notas tão maravilhosas.

Mas, no fundo sabemos que para tocar de forma tão apurada estes profissionais tiveram horas e horas de estudo, treinamento e dedicação em cima de seus instrumentos.

Para que você professor perceba a real necessidade de um aperfeiçoamento contínuo, faremos uma analogia com a rotina de preparação de um músico profissional.

Assim como um educador não nasceu preparado para enfrentar uma sala de aula repleta de alunos exigentes e de personalidades diferentes, nenhum grande músico, apesar de todo talento nato, veio ao mundo dando um show de performance em seu instrumento e se apresentando para grandes platéias.

Os músicos em sua grande maioria começaram a praticar suas atividades muitas vezes por obra do acaso; por influência de um amigo que tocava em uma banda de garagem, por ter uma pessoa na família que tocasse ou gostasse de música, pela admiração por um ídolo, ou até mesmo por imposição dos pais, estes na ânsia de arrumar uma atividade sadia que ocupasse o tempo dos filhos.

Acontece que com o passar do tempo, estas pessoas foram se identificando cada vez mais com seu instrumento, passando a praticá-lo com afinco. Quando menos perceberam já haviam adotado a música como profissão.

Mas ao se classificarem como profissionais, tiveram também que encarar uma rotina diária de preparação profissional; treinamentos específicos, horas e horas diárias de repetições, cuidados especiais com postura, alimentação, tempo de repouso para recuperar energias, etc. Ou seja, a árdua busca pela perfeição, por uma técnica mais apurada, um timbre com personalidade e uma execução impecável.

Agora imagine a sua atividade de professor, seja da escola pública ou privada, e responda mentalmente as seguintes questões:

1) Você se considera um educador profissional ou amador?

2) Esta atividade é o seu principal ganha-pão e necessária para o equilíbrio do seu orçamento?

3) Você foi contratado para ser professor?

Se respondeu “profissional” para a primeira questão e “sim” para as demais, aí vai o derradeiro questionamento:

- Você esta se preparando como um profissional?

Poderíamos afirmar que aquele que se considera um profissional, não pode ter a mesma rotina de um amador, de uma pessoa que se aperfeiçoa de vez em quando, que participa de um treinamento de vez em quando, que pesquisa sobre sua atividade de vez em quando, que lê um livro sobre a sua área de vez em quando.

Se você é um “profissional” mas tem uma rotina de preparação “amadora”, o máximo que conseguirá é algum resultado “mediano” e talvez dar um boa aula de vez em quando!

Pense nisso!

Fabiano Brum: Palestrante especialista em motivação, vem destacando-se em palestras, cursos e seminários pela maneira inteligente e criativa com que alia seu conhecimento musical aos temas de seus treinamentos. E-mail: contato@fabianobrum.com.br - Site: www.fabianobrum.com.br 

  

Feliz aula nova

Içami Tiba

Içami Tiba 

Precedendo uma palestra minha, havia um conjunto formado por quatro músicos e um cantor entretendo os professores que aguardavam o início da atividade. Os músicos e a platéia eram tipos muito parecidos. Gostei do conjunto e até acompanhei com os pés o seu animado ritmo.
Dentro do horário, o conjunto terminou a sua apresentação e recebeu calorosos aplausos e assobios. Eu, que já estava na sala, também aplaudi. Foi então que o mestre de cerimônias agradeceu ao conjunto e elogiou o talento dos professores. Os músicos eram professores. Não havia nada que os identificasse como tais. Eu aplaudi os músicos, e quando soube serem professores fiquei bastante surpreso. Não eram profissionais contratados como supus.

Professores de ofício, músicos de oportunidade, não iriam perder aquela ocasião para se apresentar perante todos os seus pares e participantes de todos os níveis da Secretaria de Educação. Prepararam as suas melhores músicas e tiveram grande aceitação da plateia, que cantava com eles. Cada um no seu instrumento, ninguém atravessava a música, não destoava e tão pouco se auto valorizava em detrimento dos outros. Eles foram músicos de Alta Performance.

O tema da minha palestra foi "Educador de Alta Performance", para motivar os professores nas suas funções escolares, principalmente dentro das salas de aula.

Motivação é uma energia que o próprio professor tem de criar dentro de si. O que ele pode receber é estimulação alheia. Quem confundisse uma com a outra, viveria sem rumo, como um barco a vela que iria para onde os ventos o levassem. O singrar as águas ao sabor dos ventos não leva o barco ao seu destino. Quando a motivação e os estímulos estão na mesma direção diz-se que o mundo conspira a favor. Quanto têm direções diferentes e, principalmente, opostas, que nadamos contra a corrente.
Num barco horrível como está a educação no Brasil, com os alunos formando uma imensa corrente contrária ao aprendizado, é preciso muita motivação para o professor ensinar. Os docentes mais capacitados podem estar nos centros mais avançados. São nas adversidades que se revelam os mais motivados.

  Cada início de ano letivo, cada mês, cada semana, cada dia, cada aula é uma oportunidade que o professor tem para estimular o aluno e o aluno para abrir as portas que o aprisionam na ignorância.
  Um dos poderes negligenciados pelo professor é o de que ele é um dos mais importantes integrantes na formação do papel de aluno. Um bom professor desenvolve bons alunos. Um mau, desencaminha os bons e lesa os mais fracos, faz do desanimado um excluído.
  Se cada professor se preparasse para dar a sua aula como os músicos que me precederam na palestra o fizeram, a receptividade dos alunos seria muito diferente daquela a que ele está acostumado. Talvez os alunos no início sejam espelhos do entusiasmo do professor para, mais tarde, tomarem um caminho próprio, o da indiferença, da perda da esperança em aprender traduzida como falta de vontade de estudar.
O  professor, além do conteúdo da aula, passa o entusiasmo através da sua Performance . Se o conteúdo nutre a competência, a Performance anima a alma, eleva a autoestima de cada aluno e o transforma em animador.
  A motivação do professor deve permanecer além da aula, pelo curso, para a vida. Enquanto houver algo a ser ensinado ou alguém tiver algo a aprender não serão os estímulos contra a corrente que a extinguirão. A Performance tem que ser proporcional aos desafios. Cada início é a grande oportunidade de animar o aluno a estudar e também de fortalecer a motivação de que o futuro dos seus alunos está agora em suas mãos.


A Alma dos Diferentes
Acesse o conteúdo completo em: http://www.stum.com.br/conteudo/c.asp?id=1567&onde=1
A alma dos diferentes
A Alma dos Diferentes
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A Alma dos Diferentes
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A Alma dos Diferentes
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O mundo ainda não aprendeu a lidar com seres humanos diferentes da média.


Diferente é quem foi dotado de alguns mais e de alguns menos em hora, momento e lugar errado. Para os outros. Que riem de inveja de não serem assim. E de medo de não aguentarem, caso um dia venham a ser. O diferente é um ser sempre mais próximo da perfeição. Nunca é um chato. Mas é sempre confundido com ele por pessoas menos sensíveis e avisadas. Supondo encontrar um chato onde está diferente, talentos são rechaçados; vitórias são adiadas; esperanças são mortas. Um diferente medroso, este sim acaba transformando-se num chato. Chato é um diferente que não vingou.

O diferente começa a sofrer cedo, desde o colégio, onde todos os demais de mãos dadas, e até mesmo alguns professores por omissão (principalmente os mais grossos), se unem para transformar o que é peculiaridade e potencial, em aleijão e caricatura. O que é percepção aguçada em "- puxa, fulano, como você é complicado". O que é o embrião de um estilo próprio em "- Você não está vendo como é que todo mundo faz?"

O diferente carrega desde cedo apelidos e carimbos nos quais acaba se transformando. Só os diferentes mais fortes do que o mundo à sua volta se transformaram (e se transformam) nos seus grandes modificadores.

Diferente é o que: chora onde outros xingam; quer, onde outros cansam; espera, de onde já não vem; sonha, entre realistas; concretiza, entre sonhadores; fala de leite em reunião de bêbados; cria, onde o hábito rotiniza; perde horas em coisas que só ele sabe importantes; diz sempre na hora de calar; cala sempre nas horas erradas; fala de amor no meio da guerra; deixa o adversário fazer o gol porque gosta mais de jogar que de ganhar; aprendeu a superar o riso, o deboche, o escárnio e a consciência dolorosa de que a média é má porque é igual; vê mais longe do que o consenso; sente antes dos demais começarem a perceber; se emociona enquanto todos em torno agridem e gargalham.

A alma dos diferentes é feita de uma luz além. A estrela dos diferentes tem moradas deslumbrantes que eles guardam para os poucos capazes de os sentir e entender. Nessas moradas estão os maiores tesouros da ternura humana. De que só os diferentes são capazes. Jamais mexam com o sentimento de um diferente. Ele é sensível demais para ser conquistado sem que haja consequência com o ato de o conquistar. 

Artur da Távola

A Alma dos Diferentes
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